Na manhã deste domingo (20) a comunidade de Cruzeiro do Sul, especialmente da localidade de Boa Esperança e arredores, voltou a se manifestar, de forma pacífica, contra a praça de pedágio, na RSC-453. Todo o movimento foi sinalizado e acompanhado pelo Pelotão Rodoviário da Brigada Militar, que também possui o seu posto nas imediações.
Os manifestantes instalaram faixas com dizeres como: “Cruzeiro do Sul não quer mais pedágio”, “Chega de injustiça”, “Fora Pedágio” e “Direito de ir e vir”. Também foram entregues folders para sensibilizar os demais motoristas que passavam pelo local.
Atualmente instalada no km 19 da rodovia e administrada pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), a luta dos moradores e do poder público municipal é de que, com a futura concessão, a estrutura seja tirada deste ponto. Segundo os envolvidos, a praça divide o município há mais de 20 anos, impedindo o progresso em termos econômicos.
Conforme a munícipe Andreia Reckziegel, são 23 anos em que o município e especialmente a comunidade, são prejudicados. “Nossa luta é legítima”, pontua. A moradora reforça a indignação pelo que está sendo proposto no próximo edital. “Não teremos mais a isenção; a tarifa terá um teto de aproximadamente R$ 9; e as poucas melhorias são prometidas para serem feitas em até 20 anos”, acrescentando que isso impede o desenvolvimento.
Andréia também fala do descontentamento dos usuários com as atuais condições da rodovia. “O asfalto está péssimo. Estamos tendo prejuízos nos veículos. As reformas são mal feitas e não duram”, conclui a moradora, que não descarta a possibilidade de deixar o município caso se confirme o que está se desenhando em termos de concessão da rodovia.
O prefeito de Cruzeiro do Sul João Henrique Dullius se fez presente no ato e já esteve diversas vezes na capital do Estado para tratar sobre o assunto, contudo, não obteve respostas positivas. Ele informou que nesta semana deverá ter uma agenda com o governador, Eduardo Leite, para tratar da situação. “Temos inúmeros prejuízos com esta praça de pedágio. Além disso, é triste ter que ouvir membros da comunidade, criados aqui, manifestar o interesse de talvez deixarem suas raízes”, observa.
Dullius garantiu que se o pedágio não sair de onde está, o município irá criar alguma alternativa, “de qualquer forma”.
Fonte: Rádio Independente