Reciclagem voluntária ajuda crianças em tratamento e a causa animal

Há um ano e meio Cruzeiro do Sul conta com o Projeto Reciclagem Solidária
Foto: Marcio Steiner | Laura Anelete, com a mãe, Neli Dullius, no dia em que a reportagem visitou o Projeto

O que era para ser uma ajuda temporária para uma criança com uma síndrome rara, há um ano e meio se tornou algo contínuo, que segue ajudando pessoas e também a causa animal.

A aposentada, mas que ainda exerce as atividades de babá e diarista, Lorena Analeti da Silva, idealizadora do projeto Reciclagem Solidária, conta que começou a reciclar material descartável para ajudar a juntar dinheiro para um menino com Atrofia Muscular Espinhal (AME), residente no município de Lindolfo Collor-RS, e que, para o tratamento necessitava angariar um montante de R$ 12 milhões. Ela relata não ter qualquer parentesco com a criança, contudo, sensibilizada, a maneira que teve para ajudar foi começando a reciclar material e vender. “Eu não tinha condições financeiras, mas eu precisava ajudar de alguma forma, e foi com as minhas mãos”, diz. Tudo era feito na sua própria casa, no Bairro Vila Célia, em Cruzeiro do Sul.

Assim que a criança conseguiu a medicação, Lorena viu que não conseguiria parar e decidiu levar o projeto adiante para ajudar outras crianças que precisam de auxílio para os seus tratamentos. A cruzeirense revela que conta com a ajuda de sua filha, a mãe, o marido e mais quatro voluntárias.

Com a sequência do projeto, a idealizadora viu que precisava sair de sua casa, onde o espaço ficaria pequeno. Ela conseguiu emprestado, pelo período de um ano e meio, um galpão onde funcionava um antigo abatedouro, no Bairro Vila Célia, nas proximidades das Câmaras Mortuárias.

No segundo sábado de cada mês os voluntários fazem o processo de reciclagem do material recolhido. A venda também ocorre a cada duas semanas. Do montante arrecadado, 75% é destinado para alguma criança que está precisando custear algum tratamento de saúde e 25% é canalizado para a causa animal. “O valor para cada criança é de R$ 800, ou seja, atingindo este montante, o grupo parte para o auxílio de uma próxima. Até o momento já foram auxiliadas em torno de dez”, esclarece.

O grupo faz a reciclagem de praticamente tudo que é descartado, com exceção do lixo de banheiro, material orgânico, isopor, suporte para bolos, cartelas de comprimidos e papel laminado. “Fora isso, recebemos de tudo”, revela. Lorena destaca ainda que todas as vezes que ocorre a venda, o caminhão sai carregado do local.

 

Nova sede

 

O Projeto Reciclagem Solidária está prestes a mudar para uma sede própria. Contudo, para que isto se torne realidade, também precisam contar com a ajuda da comunidade.

Um munícipe fez o empréstimo de uma área de terra, próxima do Centro da cidade, para que o grupo construa um galpão com 100 metros quadrados. O mesmo cruzeirense garantiu as madeiras para o galpão e disponibilizará a luz.

Lorena assinala que o grupo está correndo para a aquisição do telhado. Já temos a metade do valor, que conseguimos por meio de doações de empresários e outras pessoas, mas precisamos da outra metade. “Não queremos usar o dinheiro da reciclagem, pois estaremos deixando de ajudar alguma criança”, salienta.

Para angariar fundos, os voluntários estão programando um brechó. Será no próximo dia 9 de abril, sábado, no salão da Comunidade Evangélica, no Centro de Cruzeiro. “Serão comercializados calçados, roupas e artesanato”, explica a idealizadora.

Após a conclusão do galpão, com a colocação do telhado, que deve ocorrer até o final do mês de maio, o grupo vai buscar pelo piso, pois, num primeiro momento, precisarão trabalhar no chão batido. Laura Anelete deixa o seu contato caso alguém tenha interesse em colaborar ou conhecer melhor o projeto: 51 99289-6513.

 

Texto: Marcio Steiner

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