Um público de mais de 200 pessoas de 30 municípios do Vale do Taquari e de outras regiões do Estado lotou o espaço da Câmara da Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Teutônia nesta sexta-feira (14), para o 6º Encontro de Artesanato do Vale do Taquari. Também estiveram presentes integrantes da Associação Cruzeirense de Artesãs (ACA).
Organizado pelo Grupo de Trabalho (GT) de Artesanato da Emater/RS-Ascar, com o apoio da Associação dos Artesãos de Teutônia, Certel, Prefeitura e Associação dos Municípios de Turismo da Região dos Vales (Amturvales), o evento contou com palestras e relatos de experiências, além de mostra regional de artesanato e visitação à Casa do Artesão.
O objetivo da atividade foi o de valorizar e integrar os artesãos da região e resgatar as raízes históricas e culturais do artesanato, percebendo-o como gerador de renda e de desenvolvimento. “Entre os temas abordados estiveram as potencialidades turísticas por meio do fazer artesanal, o design de produtos, a iconografia regional e o turismo de experiência em artesanato”, salienta a extensionista da Emater/RS-Ascar Elizangela Teixeira. “A intenção geral foi a de fortalecer a atividade na região a partir do estabelecimento de vínculos com a iconografia local”, comenta a extensionista.
Como forma de estabelecer diálogo com esta temática, a palestrante Fernanda Galvão Sklovsky foi a responsável por debater o tema “Design e artesanato: potencialidades turísticas reveladas através do saber artesanal”. Em sua manifestação, a painelista reforçou a importância do contexto histórico e cultural de cada município, como forma de dar um novo olhar ao artesanato local, que o faça avançar para uma linguagem mais representativa e que fuja do “mais do mesmo”. “Nesse sentido, é importante que possamos localizar um ‘pedacinho do lugar’ nas nossas peças”, comenta a profissional.
Para Fernanda é dessa forma, se desafiando a buscar outras possibilidades, que se torna possível sair da mesmice. Em sua avaliação, observar os valores simbólicos e afetivos do lugar em que se está permitirá oxigenar as criações, gerando mais impacto. “Evidentemente é importante manter a tradição, os valores e a identidade local, mas sem que se abra mão dos aspectos relativos ao design”, frisa. Como exemplo, ela cita o caso da Associação Municipal de Artesãos Cantinho da Arte, de São Pedro da Serra, que participou do projeto Design de Produtos Artesanais e Iconografia Regional – sendo responsável por um dos cases do dia.
Nele, o casal Iria e Ari Kuhn relatou como a participação no projeto, viabilizado por meio da Lei Aldir Blanc, foi um “divisor de águas” para que eles pudessem ter outro olhar para a sua produção, a partir de qualidades e referências locais. Foi assim que Iria passou a utilizar a técnica japonesa amigurumi para a confecção de chaveiros em formato de pequenas abelhas e pesos de porta que emulam grandes canecas de chope. “Foi dessa forma que as peças receberam a ‘cara’ do lugar, já que São Pedro da Serra é marcado pela produção apícola e pelo Festival da Cerveja”, afirmou Ari. “Assim, o aspecto simbólico se manifesta por meio do design”, completou Fernanda.
O segundo case apresentado foi o do Projeto Arrebanhando: Residência Artística Urbana que, por meio da arte e produção cerâmica busca manter a tradição oleira herdada dos índios tupis-guaranis como um elo com os valores, costumes e conhecimentos ancestrais. Com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/RS), o espaço oferece oficinas de confecção de lã, tecelagem e macramê e visitas guiadas com (ou sem) vivências com argila. Outras ações, como aulas de cerâmica e macramê, saraus de música e poesia e outros, já foram realizados pelo Arrebanhando, que integra o Roteiro Turístico Entre Vales e Arroios.
Participaram do Encontro diversas autoridades, entre elas o prefeito de Teutônia Celso Forneck, o gerente regional da Emater/RS-Ascar Cristiano Laste, o presidente da Amturvales Leandro Arenhart, o gerente comercial da Certel Samuel Maders e a presidente da Associação dos Artesãos de Teutônia, entre outras. Laste destacou o Turismo como área estratégica, que possui espaço para ser desenvolvida, sendo o artesanato uma ótima ferramenta nesse sentido. “A nossa ideia é discutir caminhos para associar essas questões, ligando-as em um projeto maior, de valorização”, analisou.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar – Regional de Lajeado
