Com mais da metade do prédio interditado, Escola João de Deus clama por reformas

Um estudante levou um choque em parte do educandário que ficou eletrificado
Fotos: Marcio Steiner

Depois de manifestações pedindo por profissionais e atendimento às questões estruturais, que em parte foram atendidas, nesta segunda-feira, dia 21 de agosto, direção, professores, alunos e funcionários, após de uma reunião do Conselho Escolar, foram até a praça pública Dona Laura, no centro de Cruzeiro do sul, para explanar à comunidade a realidade vivida pela Escola Municipal de Ensino Médio João de Deus. Educandário este com 86 anos de história e que acolheu a maioria dos jovens estudantes que cresceram na cidade.

Atualmente com cerca de 400 estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio, o prédio do educandário está com pouco mais da metade da sua estrutura interditada, por colocar em risco a integridade física de quem o ocupa. Os alunos estão sem salas de artes, reunião, biblioteca, auditório, refeitório e cozinha. A sala dos professores e a secretaria também estão fechados, a quadra de esportes está interditada.

Conforme o diretor da escola, professor Oséias Souza de Freitas, isso tudo em função do agravamento da situação precária que o educandário se encontra. Em 2019 foi entregue a solicitação de reforma emergencial da escola, o que foi conquistado. No entanto, apesar de conquistar o direito, as obras não se tornaram realidade. Com o ciclone extratropical que atingiu o município, toda uma área coberta da escola acabou sendo eletrificada. Diante disso, a Coordenadoria Regional de Obras Públicas (Crop) e a Coordenadoria Regional da Educação (CRE) isolaram o ambiente e entraram com um pedido de emergência.

Diante disso, o educandário precisou se adaptar com os recursos estruturais que restaram. “Estamos nos virando como dá. As salas de aula estão dentro do aceitável, contudo, os serviços estão prejudicados. A merenda é degustada pelo pátio, em bancos improvisados e sem mesa. A cozinha está funcionando no laboratório de ciências. No auditório foram reunidas as salas de professores, estudos, reunião e secretaria, ou seja, os serviços burocráticos estão misturados com questões pedagógicas. Ainda, o banheiro dos professores, que é utilizado por cerca de 35 pessoas, está improvisado em um sanitário sem capacidade física para atender toda a demanda.

O diretor explica que a reforma estava prevista para iniciar nos próximos dias, contudo, a empresa vencedora do processo licitatório informou na sexta-feira, dia 18, a desistência em fazer a obra. Agora, a Crop precisa fazer nova pesquisa de preços e abrir processo licitatório, o que certamente demorará. Contudo, a direção da escola destaca a situação de emergencialidade. “Estamos nesta situação de emergência desde 2019. Mas, por que foi necessário um aluno tomar um choque para que processo andasse?”, questiona o diretor.

Quanto ao papel do poder público municipal, o diretor assinala que historicamente a prefeitura de Cruzeiro do Sul deu amparo à Escola. “No processo de interdição a prefeitura garantiu o eletricista para desligar e isolar a fiação e o deslocamento de itens urgentes. Também já auxiliou com pinturas e outras reformas”. O prefeito João Henrique Dullius, que foi aluno da Escola e atualmente é pai de estudante, garantiu todo o apoio da Administração para cobrar do Estado pelas providências necessárias. Da mesma forma, o Poder Legislativo, por meio de sua presidente, Daiani Maria, disse que é necessário cobrar das lideranças políticas de estado pelos reparos necessários para que a escola volte às suas condições normais.

Ainda houve a manifestação do Cpers Sindicato, por meio de Eloide Conzatti, reforçando a necessidade de bater à porta do governador do estado exigindo providências. Ao final, o diretor anunciou que na próxima quarta-feira, dia 23, a Escola tem uma agenda na Secretaria Estadual da Educação (Seduc).

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