A evasão escolar pode ser classificada como o abandono estudantil motivado por diferentes causas. Esse tema é frequente nos debates educacionais brasileiros há tempos e entender os motivos para ele ser uma constante pode ser um primeiro passo para buscar diferentes soluções para a temática. Segundo uma pesquisa realizada recentemente pelo Unicef, cerca de 2 milhões de crianças e adolescentes de 11 a 19 anos não estão frequentando a escola no território nacional.
O número apresentado teve um crescimento exponencial após a pandemia de covid, que contribuiu para o aumento da desigualdade social e econômica em diferentes aspectos, sendo um deles a educação básica nacional. A pandemia, no entanto, não foi a única razão para o crescimento desse número. Em 2018, em uma pesquisa também realizada pelo Unicef, foi revelado que a evasão escolar continuava a apresentar uma projeção de crescimento – apenas entre 2017 e 2018 cerca de 220 mil jovens desistiram de frequentar a escola, a maioria desses pertencia às escolas públicas.
A professora Helena Singer, doutora em Sociologia pela Universidade de São Paulo e coordenadora do Movimento de Inovação na Educação, explica que para a compreensão do tema é importante entendermos antes o papel da escolarização obrigatória. Essa foi determinada em 1996, a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação e estendida por meio da Lei nº 12.796, de 4 de abril de 2013, que torna obrigatório o ensino básico a partir dos 4 anos de idade e a sua manutenção até os 17 anos. “A educação é um direito do cidadão e é dever do Estado oferecer a escola e garantir as condições para a permanência do estudante”, comenta a professora.
Fonte: O Sul