Após perdas na enchente, Mallmann tem acréscimo de 200% na venda de lenha

Foto: Gabriela Hautrive

Após perder cerca de 150 metros de lenha e alguns galpões na enchente de maio, o equivalente a um prejuízo de R$ 40 mil, com o transbordamento do Arroio Sampaio, em Cruzeiro do Sul, o morador Delírio José Mallmann, que trabalha há 26 anos vendendo lenha, está retomando o trabalho aos poucos e tentando atender a demanda pela procura de lenha que está cerca de 200% maior do que no inverno do ano passado. Conforme ele, em 2023, no ano todo, foram vendidos 40 metros de lenha; já neste ano, somente até esse início de julho, foram 100 metros vendidos, e a procura ainda está alta.

“Creio que deu um acréscimo de 200% nas vendas esse ano, talvez pelo frio ou pelo os demais vendedores de lenha que tiveram muita perda por causa da cheia, e eu ainda consegui salvar bastante lenha então a procura está grande”, relata.

Se não fosse a enchente, Mallmann poderia estar com um atendimento ainda maior: “Eu não venço fazer, eu não tenho lenha seca o suficiente. Ela não está secando e também sujou bastante. Eu tenho lenha de eucalipto, mas eu corto ela, deixo ela no mínimo um ano até dois anos secando”, explica.

Depois disso, a lenha é rachada em cerca de 25 centímetros para fogão a lenha, ou com cerca de 33 cm para lareira e calefator. “Ela tem espessura um pouco mais diferenciada, um pouco mais grossa, e de acordo com como o cliente quer, a gente faz por encomenda especial também”, relata.

Segundo ele, toda lenha é boa, desde que esteja seca. “Não adianta cortar, por exemplo, e em meio ano começar a queimar, que ela vai começar a espumar. A lenha tem que ser seca”, ressalta.
Método para o corte da lenha e encomendas

Para evitar esforço físico e facilitar o trabalho, Mallmann criou um método diferente para fazer o corte da lenha e evitar o serviço manual com o machado. “Eu sempre levava a lenha ou em metro inteira, ou em ‘cepinha’, a pessoa em casa rachava sua lenha, mas essa faixa etária de pessoas que rachavam a lenha não tem mais. Hoje querem a lenha pronta. E eu não tenho condições de fazer a minha lenha pronta, já sou cardíaco também, então pegar um machado é bem complicado.”

Para isso, o cruzeirense adaptou uma máquina. “Comprei alguns equipamentos e montei uma máquina que facilita muito o meu trabalho. É um sistema de rosca cônica, e aí a própria rosca gira, ela puxa lenha, e a lenha é obrigada a rachar. Eu acredito que é três vezes mais rápido com a máquina aqui e com bem menor esforço físico”.

A lenha é vendida em sacos que custam R$ 18 cada. Dentro dele são colocados cerca de 35 pedaços de lenha com 25cm cada. “20 sacos desse fecha um metro cúbico. Pegando um metro cúbico então tem uma diferença de preço”, destaca. Encomendas podem ser feitas pelo WhatsApp (51) 9 9978-7699.

Reportagem de Gabriela Hautrive/Rádio Independente

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