Além do grande volume de doações que chegaram em termos de alimentação humana, água, produtos de limpeza, agasalhos, calçados, cobertores, móveis, entre outros, a Secretaria Municipal da Agricultura e Meio Ambiente de Cruzeiro do Sul também foi contemplada com doações revertidas para o setor primário.
Conforme o secretário da pasta, Laudemiro Zart, chegaram 28 toneladas de alimentos, somando volumes de feno, pasto pré-secado e silagem. “Diferente da cheia de setembro, desta vez não tivemos a doação de milho e outros grãos. Mas esse alimento ajudou muito, pois diversos produtores, além de perder outros bens, ficaram sem o que tratar para os animais”, assinala.
Ao todo foram em torno de 30 produtores rurais de localidades como Bom Fim, São Miguel, Santarém, Lotes e Desterro que foram contemplados com alimentos para os animais. A secretaria lembra que ainda há demanda e segue aceitando doações. Interessados podem contatar o setor para fazer o encaminhamento.
Perdas
Além da perda de alimentação para os animais, diversos produtores perderam parte do seu rebanho ou até mesmo toda a propriedade. Conforme o veterinário do município, Fábio Bernardo, em termos de bovinos, equinos e ovinos, foram em torno de 1,2 mil animais que morreram. Grande parte foi literalmente levada pelas águas. Também houve perdas consideráveis em granjas de aves e suínos. Somando quatro granjas desses setores que foram severamente atingidas pela catástrofe, morreram em torno de 53,5 mil aves e 2 mil suínos.
Por conta das mortes, o município também precisou destinar forças para enterrar os animais que não foram levados pela enchente. Zart se mostra preocupado devido à perda significativa em todo o setor primário. “Tem produtor que perdeu tudo, que não tem ao menos um potreiro com pastagem para recomeçar. Mas precisamos tentar ajudar para que todos possam seguir nas propriedades e evitar o êxodo rural”, conclui.