Um levantamento encomendado pelo Instituto Millenium aos Institutos Locomotiva e Ideia revela que 85,6% dos brasileiros acham que o valor do Fundo Eleitoral deveria ser reduzido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo os dados, quase nove entre dez brasileiros consideram que o atual valor do Fundo Eleitoral, de R$ 4,9 bilhões, é muito superior ao que deveria. A pesquisa foi divulgada nesta terça-feira (22).
Quase 60% dos entrevistados, ao serem perguntados sobre o valor ideal para constituir o chamado “fundão”, consideram que os partidos políticos não deveriam receber recursos para financiar campanha.
Outros 21% apontaram que deveria ser de, no máximo, R$ 1 milhão – 6% disseram que o limite deveria ser de R$ 100 milhões.
Para as eleições deste ano, o Congresso Nacional aumentou de R$ 2,1 bilhões para R$ 4,9 bilhões a proposta orçamentária enviada pelo Executivo para o Fundo Eleitoral.
Prioridades
Para 96% dos entrevistados, esse dinheiro seria mais bem aplicado se investido em saúde e educação. Segundo a pesquisa, as palavras mais associadas pelos entrevistados ao Fundo Eleitoral são negativas: roubo 7,2%; vergonha, 6,6%; injustiça, 6,4%; revolta, 4,6%; e absurdo, 4,3%.
Oito entre dez ouvidos pela pesquisa também acham errado o país ter o maior fundo público de financiamento de campanhas eleitorais do mundo.
Além de caro, o sistema não é eficiente em garantir maior representatividade, uma vez que 69% consideram que a distribuição da verba do fundo faz com que os mesmos políticos sejam sempre eleitos.
Para 64% dos entrevistados, o financiamento público de campanha não é importante para democracia.
40% dos entrevistados afirmam que nunca ouviram falar do Fundo Eleitoral
Apesar da rejeição ao financiamento público de campanhas eleitorais, o fundo eleitoral ainda é pouco conhecido. De acordo com a pesquisa, quase 40% dos entrevistados nunca ouviram falar sobre o chamado fundão.
A pesquisa foi aplicada pelos Institutos Locomotiva e Ideia entre os dias 16 e 19 de fevereiro de 2022. Foram entrevistadas 2 mil pessoas, de ambos os sexos, a partir de 16 anos. A margem de erro é de 2,1 pontos percentuais.
Fonte: CNN