O governo federal suspendeu por tempo indeterminado as exportações de carne de frango provenientes do Rio Grande do Sul. A decisão foi tomada após a confirmação do primeiro caso de gripe aviária de alta patogenicidade no estado, identificado em uma granja no município de Montenegro, no Vale do Caí.
A suspensão segue protocolos internacionais e faz parte do acordo sanitário firmado entre o Brasil e a União Europeia. Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o governo busca agora regionalizar a restrição, para evitar impactos mais amplos nas exportações nacionais.
O Rio Grande do Sul é o terceiro maior exportador de carne de frango do Brasil. Em 2024, o estado movimentou US$ 1,2 bilhão em vendas externas do produto, atrás apenas do Paraná (US$ 3,9 bilhões) e de Santa Catarina (US$ 1,9 bilhão).
Desde o anúncio do caso, diversos países, incluindo China, União Europeia, Argentina, Uruguai, Chile, México, Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes e Filipinas, adotaram restrições à compra de frango brasileiro.
Caso confirmado e medidas sanitárias
O foco da doença foi confirmado pelo Ministério da Agricultura na última sexta-feira, 16. O vírus inicialmente foi detectado em 35 aves de uma granja em Montenegro. Todos os 17 mil animais alojados em dois galpões foram contaminados e morreram. Os ovos de incubação fornecidos pela granja foram rastreados e destruídos para conter a disseminação do vírus. O descarte dos ovos ocorreu nos estados de Minas Gerais e do Paraná.
Ações emergenciais
Após a confirmação, o governo estadual implementou uma série de medidas sanitárias emergenciais. A vigilância está concentrada em um raio de 10 quilômetros ao redor da granja afetada. Barreiras de desinfecção foram instaladas para controlar a entrada e saída de veículos da zona de risco.
Cerca de 540 propriedades rurais situadas dentro do raio de monitoramento estão sendo visitadas por equipes técnicas para avaliação e ações de conscientização sanitária. O Comando Ambiental da Brigada Militar está mobilizado para auxiliar no controle de acesso, segurança e patrulhamento da área.
Sete barreiras sanitárias passaram a operar em regime de 24 horas desde o último sábado. Na mesma data, o governo do estado decretou estado de emergência em saúde animal, com vigência inicial de 60 dias.
Fonte: A Hora